Me lembro das garotas de floral que
conheci, das noites que virei, sendo um cara esperto e fazendo uma historia de
verão, baseado em uma teoria dinâmica gastativa... Eu olhava a constelação Karina,
às 4AM, com a hidropônica no bolso, pensando em como seria a costa verde e a
terra do nunca, e no quanto seu namorado era um cuzão. Só quis saber de good
trips, de ser VIP e fazer festinhas no meu pai, e assim vivi até minha
formatura. Também me lembro das minhas mentalmorfoses e das vezes que te ouvi falar
de mim e do melhor bodyboarder da minha rua, me colocando em segundo lugar, sem
o universo a nosso favor. Naquela época só tinha uma certeza: “o mundo vai girar”.
E girou...
Depois de vinte cinco do doze minha
vida mudou. Hoje sou um viajante que escuta as cigarras, e fazendo sol ou
chuva, estarei pra sempre suave cultivando meu polisenso. Vou descendo o rio,
com a minha joia, cogitando infinitas possibilidades de viver minha tropicália
digital e quando a alma transborda, sigo o som do meu coração.
Descobri o segredo da alegria compartilhada,
de ver a garça voar com colírio nos olhos, e ainda quero viajar, conhecer um panorama
diferente com um eremita moderno, andar pelo largo dos leões, falar sobre Sócrates
e a deusa da música, curtir um gruvi quântico e viver uma noite em havana.
Quem vai, vai, mas enquanto não vou,
espero o dia do alívio, pra dissolver e recompor tudo aquilo que se perdeu. Vivi, cresci e amadureci, e aí sim, descobri
onde é minha morada, percebi que não era tarde demais pra tentar e fiz valer à
pena o meu “viva lá revolución”
Lindo *.*
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