Conforme a vida passa, ela leva com ela os nossos momentos inesquecíveis e só nos restam memórias, fotos, lembranças. Lembranças essas que daríamos tudo para tornar reais novamente, aquelas mais estranhas, das fases mais loucas da vida, de uma época em que tudo era tão simples, tão inofensivo, tão mágico.
E é impressionante como parece que foi tudo há tão pouco tempo e quando você para pra lembrar, se dá conta que não foi há tão pouco tempo assim. Fechamos os olhos, nos chamamos à dançar conosco uma valsa, e ao correr dos nossos passos, as trás consigo, e elas vem à tona. Quando você menos espera, apenas se encontra parada diante do nada ou do tudo e elas aparecem em sua cabeça como se pudesse reviver cada momento gostoso que já se passou, uma pena que já se passou. Mas não há sensação melhor do que revivê-los em um íntimo só nosso, onde as pessoas não saberão o motivo dos nossos sorrisos bobos ao sentir a emoção de viver tudo outra vez.
Ao escrever, lembro-me das noites calmas de outono, em que os anjos dançavam ao som das arpas e os sonhos rondavam a mente feito fumaça colorida. Os sorrisos davam cambalhotas no meio da chuva que caía de repente. Entre estes pingos, algumas lágrimas, que se manifestam na face ao sentir o fogo que ardia, arder novamente. Então carregamos ainda aquela caixinha com o que restou das lembranças que o tempo nos levou, muitas vezes espiando os detalhes, queremos nos guardar lá dentro, junto a eles. E por fim, o tempo passa, voltamos ao nosso presente, abrimos os olhos, e não são os mesmos rostos que estão presentes, passando por aqui, nem os mesmos olhares, mas a saudade perfumada, devolve na lembrança, os momentos mágicos eternizados em mim.