A carga do dia a dia, os traumas vividos anteriormente, as
responsabilidades, as exigências, e tantas outras coisas influenciam no nosso
modo de viver e de encarar a vida. Quando fatores externos alteram o rumo dos
nossos planos, nos ocorre esse tal desconcerto, que nos gera inúmeras consequências.
É massacrante quando esse nosso desespero ou descontrole
afeta alguém que a gente ama. Somos seres humanos tão lixos, tão sujos, que nos
sujeitamos a desníveis que nem nós mesmos conseguimos acreditar que pudemos ser
capazes de cair em tal esparrela. Mas exatamente por esse mesmo motivo - o fato
de sermos humanos – é que viemos a ser indivíduos falhos, suscetíveis a erros
em todos os momentos. E no segundo que vemos nos olhos de quem a gente ama as
marcas das nossas atitudes impensadas é que conseguimos perceber a dimensão que
pode tomar algo que no inicio provavelmente não equivaleria a muita coisa.
Ainda que por muitas vezes não consigamos compreender o que
se passa na cabeça do outro, não consigamos organizar os sentimentos e perceber
o nosso nível de importância, ou se quer o quanto nós significamos,
representamos e somos amados pelo mesmo, com as caídas da vida, acabamos entendendo
que isso não é tão importante quanto os gestos de carinho e amizade que são
cultivados ao longo dos anos. Aprendemos que até em uma relação construída com
o tempo, não conseguimos nos conhecer cem por cento. Mantemos uma margem
considerável de erros em toda e qualquer história, porque a vida não é um conto
de fadas. No plano real, não existem pomadas mágicas para curar as nossas
dores. E principalmente aquelas pessoas que mais amamos, são as que mais vão
nos magoar ao nos decepcionar, pois temos o péssimo hábito de achar que as
mesmas são perfeitas, e esquecer que na verdade são apenas humanas, assim como
nós. E não importa o quão forte elas sejam, um dia também irão fraquejar.